Especialidade

Cirurgia oncológica do aparelho digestivo

A oncologia gastrointestinal dedica-se a estudar, diagnosticar e tratar os tumores que atingem os órgãos e estruturas do trato digestivo. Dessa forma, os cirurgiões dedicados a essa áreas estão capacitados para operar pacientes com câncer de esôfago, estômago, fígado, pâncreas, vias biliares, intestino delgado, cólon, reto e canal anal.

O RICO tem uma equipe especialista no tratamento cirúrgico dos cânceres gastrointestinais, com ampla experiência tanto nas técnicas cirúrgicas convencionais, como a cirurgia aberta, como nos métodos mais modernos, a exemplo da cirurgia laparoscópica e robótica. Nosso grupo tem expertise em cirurgias minimamente invasivas e robóticas, realizando diversos procedimentos cirúrgicos dos cânceres do aparelho digestivo, como as pancreatectomias, gastrectomias, esofagectomias e colectomias, proporcionando um tratamento integral e personalizado, de acordo com as especificidades de cada paciente.

Importante destacar que pela complexidade do sistema gastrointestinal, há uma subespecialidade na área denominada de cirurgia hepatobiliopancreática, ramo voltado para a abordagem cirúrgica das doenças que acometem o fígado, vias biliares e o pâncreas. O Real Instituto de Cirurgia Oncológica também é referência na área e conta com um time totalmente dedicado para a especialidade.

Fatores de risco

  • Infecções causadas pelo papilomavírus humano (HPV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV)
  • Outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia
  • Prática do sexo anal
  • Tabagismo
  • Fístula anal crônica
  • Pacientes imunossuprimidos que se submeteram a transplantes de rim ou coração
  • Condições precárias de higiene e irritação crônica do ânus

Sintomas de alerta

  • Sangramento anal
  • Coceira
  • Ardor
  • Secreções incomuns 
  • Feridas na região anal
  • Incontinência fecal 

Rastreamento e diagnóstico precoce

Não há, até o momento, evidência científica de que o rastreamento do câncer de ânus traga mais benefícios do que riscos, por isso ele não é recomendado. No entanto, é possível possibilitar o diagnóstico precoce da doença, o que aumenta as chances de melhores resultados no tratamento. A pessoa deve procurar um médico para fazer uma investigação adequada ao apresentar os sinais e sintomas da doença, como úlceras inexplicadas no ânus, sangramento anal e perda do controle intestinal. 

Casos suspeitos de câncer são avaliados, inicialmente, com o exame de toque. Se for necessário, pode ser feita a anuscopia e a proctoscopia. O diagnóstico é feito com a biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ressonância magnética, podem ser feitos para detectar a extensão do tumor e auxiliar na escolha do melhor tratamento. 

 

Tipos de tratamento

O tratamento do câncer sempre leva em consideração vários fatores, como tamanho e estadiamento do tumor e quadro clínico do paciente. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico. Para o câncer de ânus, a combinação de quimioterapia e radioterapia são bastante indicadas.


Técnicas cirúrgicas 

A cirurgia não costuma ser a primeira opção terapêutica para os pacientes com câncer de ânus. Quando o procedimento é indicado, a técnica cirúrgica dependerá do tipo e localização do tumor. 

A ressecção local é a mais utilizada. Nesse tipo de cirurgia, é retirado apenas o tumor com uma pequena margem de tecido sadio localizado em torno da lesão. Em casos mais avançados, pode ser indicada uma ressecção abdominoperineal, cirurgia mais extensa que também envolve incisões no abdômen e ao redor do ânus. 


Como prevenir

Evitar os fatores de risco é fundamental para prevenir a doença. Por isso, utilize o preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais. Tenha hábitos de higiene adequados. Se for fumante, pare de fumar o quanto antes. 

O esôfago é um órgão em forma de tubo que conecta a garganta ao estômago, levando o alimento ingerido da boca até o órgão. A estrutura pode ser acometida principalmente por dois tipos de câncer: o adenocarcinoma e o espinocelular. É mais frequente em homens acima dos 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade e sexo. 

Fatores de risco

  • Consumo frequente de bebidas muito quentes, em temperatura de 65ºC ou mais
  • Consumo de bebidas alcoólicas 
  • Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade)
  • Tabagismo 
  • Histórico pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão
  • Infecção pelo papilomavírus humano (HPV)
  • Tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro)
  • Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, radiação (X e gama), ácido sulfúrico e negro de fumo

Sintomas de alerta

Na fase inicial, o câncer de esôfago não costuma apresentar sinais. Com a evolução da doença, surgem alguns sintomas de alertas, tais como: 

  • Dificuldade ou dor ao engolir
  • Dor torácica
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Perda de apetite 

Rastreamento e diagnóstico precoce

Não há um rastreamento específico recomendado para o câncer de esôfago. O diagnóstico precoce, por sua vez, pode ser desafiador, já que a doença não costuma apresentar sintomas na fase inicial. Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais que devem ser investigados, como: 

  • Dificuldade em engolir
  • Refluxo
  • Dor epigástrica (na parte alta do abdômen)
  • Perda de peso

O diagnóstico é feito por meio da endoscopia digestiva, exame que investiga o interior do tubo digestivo e coleta amostras do tecido para biópsia. 


Tipos de tratamento

O câncer de esôfago pode ser tratado com quimioterapia e radioterapia, seguido ou não de cirurgia. A escolha do tratamento depende de diversos fatores, como localização do tumor (pescoço, tórax ou abdômen) e tamanho da lesão, assim como o estágio de disseminação da doença.  


Técnicas cirúrgicas 

A esofagectomia é a técnica cirúrgica utilizada para ressecção do esôfago. Pode ser realizada tanto por via laparoscópica como por via robótica. Ambas são feitas de forma segura. O objetivo é retirar a lesão e restaurar o trânsito da alimentação do paciente pela boca. 

 

Como prevenir

Não fumar e não se expor ao tabagismo passivo é essencial na prevenção da doença. Outros hábitos saudáveis também ajudar a evitar esse tipo de câncer: 

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Manter o peso corporal adequado
  • Identificar e tratar a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
  • Consumir bebidas quentes apenas em temperaturas inferiores a 60ºC

Fatores de risco

  • Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade)
  • Consumo de álcool
  • Consumo excessivo de sal, alimentos salgados ou conservados no sal
  • Tabagismo
  • Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato
  • Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal) e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori)
  • Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, radiação (X e gama), ácido sulfúrico e negro de fumo. 

Ter parentes de primeiro grau com câncer de estômago


Sintomas de alerta

Não há sinais específicos para o câncer de estômago, mas é importante ficar atento a alguns sintomas, como: 

  • Perda de peso e de apetite
  • Sensação de estômago cheio
  • Vômitos
  • Náuseas
  • Desconforto abdominal persistente


Rastreamento e diagnóstico precoce

Também não há um rastreamento específico recomendado para o câncer de estômago. O diagnóstico precoce possibilita melhores resultados no tratamento É recomendado buscar investigação com especialista caso surjam sinais como: 

  • Massa (tumor) na parte superior do abdômen
  • Dor na parte superior do abdômen
  • Perda de peso e de apetite
  • Refluxo e indigestão

O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta, que permite a coleta de material para a biópsia. Caso o diagnóstico de câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, seja confirmado, pode ser necessário realizar alguns exames complementares, como tomografias computadorizadas, para avaliar a extensão do tumor. 


Tipos de tratamento

Quando o câncer está restrito ao órgão, o principal tratamento é a cirurgia. As outras condutas terapêuticas, como quimioterapia e radioterapia, costumam ser usadas após (em alguns casos, podem ser realizadas antes) para aumentar as chances de cura. 

Técnicas cirúrgicas 

A cirurgia pode ser indicada em diversos estágios do câncer de estômago, tanto de modo exclusivo ou associada a outros tratamentos. O objetivo é remover, total ou parcialmente, o tumor. Pode ter tanto finalidade curativa como paliativa. 

Existem várias técnicas cirúrgicas, que podem ser aplicadas tanto por via aberta, como por meio de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a cirurgia robótica. 

No caso dos tumores ressecáveis, há a ressecção endoscópica da mucosa, também chamada de mucossectomia, quando o tumor é bem inicial, limitado à camada de revestimento do órgão e sem risco de disseminação para os linfonodos adjacentes. 

A gastrectomia subtotal (ou parcial) é indicada para tumor restrito à porção inferior do órgão. Já a gastrectomia total (ou radical) é feita quando o tumor está presente em todo o órgão ou na sua parte superior. 

Para os tumores inoperáveis a cirurgia atua no controle de sintomas e prevenção de agravamentos. Uma das técnicas é a gastrojejunostomia, que liga o intestino delgado à parte superior do estômago, contornando o tumor.

Como prevenir

Evitar os fatores de risco é fundamental para prevenir a doença. 

 

  • Mantenha o peso corporal adequado
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas e o consumo de alimentos salgados
  • Não fume
  • Utilize equipamentos de proteção individual (EPI) adequados caso esteja exposto a agentes nocivos 

O intestino é um importante órgão do sistema digestivo que liga o estômago ao ânus e tem a função de digerir os alimentos e eliminar as toxinas. O câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal, inclui os tumores do intestino delgado, cólon (intestino grosso), reto e ânus. 

Estas neoplasias costumam se desenvolver após o surgimento de pólipos, alterações na mucosa do cólon e do reto. Geralmente os pólipos são benignos, mas podem crescer e se transformarem em lesões malignas. 

Fatores de risco

  • Idade acima de 60 anos
  • Excesso de peso corporal (sobrepeso e obesidade)
  • Tabagismo
  • Histórico familiar
  • Alimentação inadequada 
  • Síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch
  • Doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn 

Sintomas de alerta

Os sintomas variam de acordo com a localização do tumor.

Os tumores de cólon apresentam características como:

  • Mudança do hábito intestinal (diarreia ou constipação diferente do padrão normal de evacuação)
  • Sangue nas fezes
  • Fezes escurecidas
  • Perda de peso
  • Dor abdominal

Já os tumores de reto costumam apresentar os seguintes sintomas: 

  • Sangue nas fezes
  • Dor retal
  • Vontade de evacuar sem presença de fezes
  • Perda de peso
  • Anemia sem causa aparente
  • Fraqueza

Rastreamento e diagnóstico precoce

O rastreio populacional, ou seja, a investigação da doença através de exames em pessoas de uma determinada população, é uma das principais estratégias para prevenir e detectar precocemente o câncer de intestino. 

Para estas neoplasias, é indicado que todos os homens e mulheres a partir dos 50 anos realizem a colonoscopia – procedimento que avalia o intestino grosso e o íleo terminal. 

Em alguns casos, pode ser recomendada a realização do exame ainda mais cedo, a partir dos 45 anos. 

O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia, que permite a coleta de amostra de tecido para realização de biópsia. 

Tipos de tratamento

Nos estágios iniciais, o tratamento do câncer colorretal é feito com cirurgia – que pode ser associada (ou não) a quimioterapia. 

Nos estágios intermediários e avançados, a cirurgia pode atuar em conjunto com outras condutas terapêuticas, como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. 

Técnicas cirúrgicas 

Tumores pequenos e superficiais, confinados à mucosa do órgão, podem ser retirados na própria colonoscopia. 

A cirurgia para os tumores de intestino pode ser feita tanto por via laparoscópica ou via robótica, de forma minimamente invasiva.

O segmento do intestino que contém o tumor é retirado e, na maioria dos casos, é realizada uma sutura entre os segmentos remanescentes para que o trânsito intestinal continue funcionando normalmente. 

Chamamos de colectomia a cirurgia de retirada do intestino. Ela pode ser tanto parcial, quando apenas uma parte do órgão é removida, como total, que consiste na ressecção de todo o cólon.

Há, ainda, a cirurgia para doença disseminada, que tem o objetivo de aliviar os sintomas da obstrução do órgão causada pelo tumor. Neste tipo de procedimento, o cólon é seccionado acima da lesão e é colocado um estoma para permitir a eliminação das fezes. 

Como prevenir

Evitar os fatores de risco é fundamental para prevenir a doença. Busque adquirir e manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos. O rastreamento da doença também é uma importante estratégia de prevenção.